terça-feira, 30 de novembro de 2010

13 de dezembro será o dia “D” na Câmara para a cassação de Ari Artuzi e Carlinhos Cantor

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Nicanor Coelho, de Dourados
Mais uma vez nenhuma testemunha de defesa do prefeito afastado Ari Artuzi e do vice-prefeito Carlinhos Cantor compareceu para depor nas duas comissões processantes da Câmara Municipal de Dourados.
A partir de agora as comissões tem um prazo de cinco dias para apresentar o relatório final.
O vereador Walter Ribeiro Hora (PPS), presidente da Comissão Processante que investiga Carlinhos Cantor afirmou que no dia 13 de dezembro os vereadores deverão estar reunidos para votar o relatório da Comissão.
Hora acredita que nesta data tanto Artuzi quanto Cantor poderá ser cassado por quebra de decoro no exercício de cargo público por terem sido denunciados em casos de corrupção nas operações Owari, Brothers e Uragano.
O coordenador do Comitê Regional de Defesa Popular, Ronaldo Ferreira disse que as entidades sociais estão acompanhando o trâmite do processo e vai a partir de agora mobilizar a população para pressionar os vereadores para que votem pela cassação de Artuzi e Cantor para que possam ser realizadas eleições diretas.
O Rotary Clube em conjunto com o Comitê Popular mandou fazer um grande cartaz constando o nome de cada um dos doze vereadores pedindo a eles que votem pela cassação. Os cartazes serão levados, a partir de agora em todas as sessões da Câmara, disse Ronaldo.

sábado, 27 de novembro de 2010

Difícil no Brasil, guavira volta às ruas de Dourados ''importada'' do Paraguai por vendedores

Nicanor Coelho, de Dourados

Há muitos anos desaparecida a Guavira, uma frutinha típica de Mato Grosso do Sul e da região do cerrado brasileiro voltou a voltou à mesa do douradense.
A fruta pode ser encontrada facilmente na Feira da Rua Cuiabá e em várias esquinas onde os vendedores oferecem o produto ao preço que varia de R$ 2,00 a R$ 4,50 o litro.
Um desses vendedores é o paranaense Alexandre Batista de 27 anos de idade. Ele deixou a cidade de Japurá onde mora com a família para vender a fruta em Dourados já que considera a “praça” muito boa.
Alexandre que comercializa frutas há vários anos, deixou a goiaba de lado, a sua especialidade, para se aventurar na venda da Guavira. Ele disse que compra a fruta na cidade paraguaia de Pedro Juan Caballero, onde há abundância da fruta.
Na última viagem a Pedro Juan que fica ao lado de Ponta Porá, Alexandre comprou 1500 livros da fruta para vender em Dourados. Mesmo sendo um produto altamente perecível, o vendedor apostou no negócio e conta que tem apenas três dias para vender toda a carga caso contrário será prejuízo na certa.
A caminhonete de Alexandre fica parada numa frondosa árvore na esquina da Avenida Weimar Torres com a Rua Coronel Ponciano onde diz ter encontrado o lugar ideal para vender todas as suas frutas.
Alexandre pretendia ir para Campo Grande mas por causa da forte fiscalização dos fiscais sanitário preferiu Dourados onde não é importunado. Enquanto na feira da Cuiabá o litro custa R$ 2,00 Alexandre está cobrando R$ 4,00 pelo litro ou três litros por R$ 10,00. 
“O meu produto é de melhor qualidade e sempre está fresquinho”, justificou o vendedor ao explicar que só consegue comprar Guavira em grande quantidade dos paraguaios que já se especializaram em andar pelos campos colhendo a fruta.
A Guavira
A Guavira também chamada e gabiroba ou guaviroba é um arbusto comum nos campos do Cerrado do Brasil mas pode ser encontrada na Argentina e Paraguai.
A fruta além de ser muito apreciada faz parte da cultura de Mato Grosso do Sul. Foi cantada em versos por Tetê Espíndola que compôs em parceria com Carlos Rennó a canção “Amor e Guavira” onde afirma que “no cerrado onde o mato é grosso e a coisa é fina, entre um cacho e um trago, um moço abraça uma menina, o namoro é debaixo de uma árvore da flora, onde ambos lambuzamos nossa cara de amora, nesse fruto do amor a guavira água vira”.
A violeira Helena Meirelles também homenageou a fruta batizando uma de suas composições de “Flor da Guavira”. O escritor campo-grandense Ulisses Serra, publicou em 1971 o livro “Camalotes e Guavirais” que abriu o caminho para a criação da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras e tornou-se um clássico da literatura estadual.
Festival da Guavira
Nicanor Coelho
O paranaense Alexandre Batistão compra a Guavira no Paraguai para vender pelas ruas de Dourados
A Guavira também inspirou a criação do Festival da Guavira que acontece anualmente na cidade de Bonito. A fruta foi escolhida como nome da festa a partir da necessidade que a população e ambientalistas em defesa da preservação dos recursos naturais de Mato Grosso do Sul.
O Festival da Guavira de Bonito começa nesta sexta-feira e pelo novo ano consecutivo o evento que termina no sábado à noite a Praça da Liberdade no centro da cidade terá espetáculos musicais, apresentações de dança, teatro, artes plásticas, artesanato e comidas à base de Guavira além da fruta in natura que será comercializada em barracas.

sábado, 20 de novembro de 2010

Murilo fala em disputar prefeitura e fazer “governo de coalizão”

Valdelice Bonifácio
 
O vice-governador Murilo Zauith (DEM) admitiu hoje disputar a prefeitura de Dourados caso sejam realizadas eleições extraordinárias no município como querem políticos e entidades de classe locais. Contudo, esclareceu que está à espera do desfecho das comissões processantes da Câmara de Vereadores que podem cassar o prefeito afastado Ari Artuzi (sem partido) e o vice Carlinhos Cantor (PR).
Murilo falou sobre o assunto ao final da manhã deste sábado no programa Hora da Verdade da rádio Grande FM de Dourados. O vice-governador concorreu à prefeitura em 2008 quando perdeu para Artuzi por cerca de 5,5 mil votos, ficando em segundo lugar na disputa.
Após um ano e nove meses de mandato, Artuzi e seu vice foram presos na Operação Uragano (Furacão em italiano) da Polícia Federal por envolvimento em esquema de fraudes em licitações e distribuição de propinas. Também foram presos nove dos 12 vereadores, secretários, assessores e empresários.
Na entrevista à rádio, Murilo disse que a classe política deve se unir em um eventual processo eleitoral fora de época. Ele citou que o escolhido pela população terá dois anos de mandato e que terá que se dedicar a resolver as pendências financeiras e burocráticas da cidade. Ele pregou um “governo de coalizão” em benefício da cidade.
A Câmara de Dourados pretende encerrar ainda neste mês os processos que podem culminar com a cassação dos mandatos de Artuzi e Cantor. Para que sejam convocadas eleições diretas é preciso que as cassações ocorram até 31 de dezembro quando ainda faltarão dois anos de mandato do prefeito. Do contrário, ocupa a prefeitura o nome escolhido para ser presidente da Câmara de Vereadores.

Advogado de Artuzi nega ‘boato’ sobre pedido de renúncia do prefeito preso por corrupção

Celso Bejarano, Valdelice Bonifácio, da Redação e Nicanor Coelho, de Dourados

O advogado Carlos Marques, defensor do prefeito afastado Ari Artuzi, de Dourados, preso desde setembro passado, por corrupção, segundo a Polícia Federal, negou que seu cliente estaria disposto a renunciar ao cargo. O boato corre nos meios políticos tanto de Dourados quanto de Campo Grande, desde a segunda-feira.
Segundo as informações, um pedido de renúncia já assinado por Artuzi estaria em poder de Marques, mas a decisão sobre a conveniência da atitude dependeria de conversas com lideranças políticas regionais.
Carlos Marques garante que são boatos. Ele afirma que não conversa desde a semana passada com Artuzi, detido em regime isolado no presídio federal de Campo Grande. O defensor informou que desconhece a suposta renúncia e acha que o assunto é apenas um “boato político”. O advogado disse o prefeito deve lutar para permanecer no cargo.
Artuzi, a mulher dele, o vice-prefeito de Dourados, Carlinhos Cantor, do PR, e quatro vereadores, são mantidos encarcerados desde o dia 1º de setembro passado, durante a Uragano, operação da PF que desmantelou um esquema de fraude em licitações públicas.
Artuzi, para a PF, seria o chefe do esquema que renderia ao menos meio milhão de reais mensais à quadrilha. Na operação, 29 pessoas foram detidas, entre elas 9 vereadores, empresários e servidores públicos de Dourados.
Carlos Marques já moveu ao menos dois recursos como meio de livrar o prefeito da prisão. Sem sucesso, ele promete recorrer no STJ (Superior Tribunal de Justiça). Marques acha que a prisão de Artuzi é mais “política” do que “jurídica”.
Para ele, o prefeito, já afastado do cargo por determinação judicial, teve os bens confiscados e não atrapalharia o processo caso fosse posto em liberdade.
A renúncia de Artuzi, que seria uma estratégia para tirá-lo da prisão e poderia provocar nova eleição em Dourados. Corre na Câmara dos Vereadores da Cidade uma investigação que pode também motivar a renúncia do prefeito, daí a necessidade da eleição.
Contudo, existe uma interpretação jurídica que poderia desfazer a ideia de um novo pleito. Entendidos no assunto acham que deveria assumir a prefeitura, em caso de renúncia, o segundo colocado na disputa que elegeu Artuzi prefeito de Dourados. Confirmado isso, o vice-governador do Estado, Murilo Zauith, do DEM, seria o escolhido, já que ele perdera a eleição para Artuzi em 2008.
Enquanto nada se define, o município é comandado pela presidente da Câmara dos Vereadores, Délia Razuk, do PMDB.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Tatiana Ujacow vai à Funai em Brasília pedir por índios de Mato Grosso do Sul



Nicanor Coelho, de Dourados
Alessandra de Souza

A advogada e professora universitária Tatiana Ujacow está em Brasília em busca de apoio aos índios de Mato Grosso do Sul. 


Ela conversou com Raimundo José de Souza Lopes assessor da presidência da FUNAI (Fundação Nacional do Índio) no início da tarde desta quinta-feira quando encaminhou diversos pleitos.

Tatiana que é uma entusiasta da causa indígena pediu que a FUNAI resolva a questão da distribuição das cestas de alimentos que beneficiam 1800 famílias das aldeias de Dourados. 


Segundo ela estas famílias estão sem receber os alimentos desde o início de outubro.

A advogada que foi candidata a vice-governadora na última eleição, também pediu que a presidência da FUNAI faça uma averiguação o andamento de uma denuncia protocolada no Ministério Público Federal de Dourados de que cinqüentas casas construídas pelo Governo do Estado foram entregues inconclusas aos índios da Aldeia Bororó.

Raimundo Lopes disse para Tatiana que a FUNAI vai verificar o que está acontecendo com relação a distribuição dos alimentos e também acompanhara a denúncia sobre as casas.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Pesquisa quer revelar preferidos em Dourados para assumir Prefeitura após escândalo

Nicanor Coelho, de Dourados

Deverá ser divulgada ainda nesta semana uma pesquisa de opinião pública que está sendo realizada em Dourados pelo Instituto Ibrape para sondar a preferência da população sobre o nome do novo prefeito caso haja eleições no município.
Um jornalista que preferiu não se identificar foi abordado por uma das entrevistadoras do Ibrape na manhã do último sábado (13). Segundo ele a entrevistadora pergunta se “é favorável à manutenção ou afastamento, prisão e cassação dos políticos envolvidos na Operação Uragano”.
Os entrevistadores também apresentam uma série de nomes de possíveis candidatos a prefeito e perguntaram ao jornalista qual deles seria o seu preferido caso houvesse eleição.
Entre os nomes que aparecem na pesquisa estimulada estão os do vice-governador Murilo Zauith (DEM), da vereadora Délia Razuk (PMDB), do ex-deputado federal João Grandão (PT), da advogada Tatiana Ujacow (PV) e do deputado estadual eleito George Takimoto; entre outros.
A realização desta pesquisa deve ter sido motivo pela possibilidade iminente de cassação do prefeito Ari Artuzi e do vice Carlinhos Cantor (PR) que ainda estão pressões acusados de envolvimento em crimes de corrupção.
Duas Comissões Processantes tramitam na Câmara de Vereadores e deverá ser concluído até o final de novembro. Há indicativos de que ambos serão cassados. Também tramita no Poder Legislativa a CPI da Saúde que é outro instrumento que possibilitará a cassação de Artuzi.
Enquanto a Câmara não cassa Artuzi e Cantor as entidades ligadas ao Comitê Regional de Defesa Popular realizam na próxima quinta-feira um arrastão para a adesivagem de veículos na Praça Antônio João para reforçar a campanha que pede “Eleições Já” em Dourados

domingo, 14 de novembro de 2010

Entidades promovem 'arrastão' por outra eleição para prefeito e vice de Dourados


Nicanor Coelho, correspondente em Dourados
Nicanor Coelho


Começa na próxima quinta-feira na região da Praça Antônio João em Dourados um arrastão para a adesivagem de veículos em defesa da realização de eleições diretas para prefeito e vice-prefeito.
Em setembro deste ano o prefeito, o vice e nove dos 12 vereadores da cidade foram presos por corrupção. O município é hoje comandado pela presidente da Câmara dos Vereadores, Délia Razuk. O prefeito já afastado judicialmente Ari Artuzi e o vice-prefeito Carlinho Cantor, permanecem presos por suposta ligação com quadrilha que fraudava licitações.
Representantes de sindicatos, associações comunitárias e de partidos políticos ligados ao Comitê Regional de Defesa Popular estarão colando os adesivos no carro. Foram feitos cerca de três mil adesivos com a inscrição: “Dourados exige: eleições já para prefeito”.
A adesivagem é uma das ações que o Comitê vai realizar nas próximas semanas para que haja eleições para prefeito e vice.
Os membros do Comitê esperam que a Câmara Municipal conclua até o final de novembro os trabalhos das duas Comissões Processantes que podem culminar com a cassação dos mandatos do prefeito Ari Artuzi e do vice Carlinhos Cantor (PR).
Caso a Câmara de Vereadores cassem os mandatos de Artuzi e Cantor até o final de dezembro a Lei Orgânica do Município garante a realização de eleições diretas. O Comitê vai reforçar a campanha por eleições diretas como forma de pressionar a Câmara Municipal a apressar as cassações.
Além da adesivagem também serão distribuídos panfletos explicando a população o que está acontecendo na Câmara que possibilitará a eleição direta e orientando sobre as formas de pressão para que as Comissões Processantes acabem em “pizza”.

sábado, 13 de novembro de 2010

Com excesso até de calculadoras, Prefeitura de Dourados tem que explicar "rombo" na educação




Nicanor Coelho, de Dourados

Enquanto falta dinheiro, secretaria comprou centenas de calculadoras da china que estão estragando

Enquanto escolas douradenses precisam realizar rifas para garantir o funcionamento, a prefeita interina de Dourados Délia Razuk (PMDB) tem um prazo de trinta dias para apresentar ao TCE (Tribunal de Contas do Estado) justificativas acerca do rombo que o ex-secretário municipal de Educação, Edmilson Dias de Moraes provocou nas verbas do FUNDEB (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e Valorização dos Profissionais da Educação).

Na tarde desta sexta-feira (12) a atual secretária de Educação, Margarida Gaigher, falou com a imprensa sobre os estragos causados no período entre janeiro a agosto deste ano durante o período em que Edmilson Moraes estava à frente da pasta.

Margarida apresentou o Relatório da Inspeção Ordinária que o TCE fez na Secretaria de Educação para apurar a aplicação dos recursos do FUNDEB. A secretária disse que a maior preocupação da prefeita Délia Razuk é garantir a conclusão do ano letivo de 2010 e preparar as escolas para que as crianças possam voltar a estudar em 2011 sem nenhuma alteração no cronograma das aulas no ano que vem.

O relatório do Tribunal de Contas revelou que o salto disponível apresentado no valor de R$ 2.274.652,72 não comporta a despesa a pagar processada de R$ 3.632.673,62. O ex-secretário deixou uma dívida de quase R$ 1,5 milhão.

Entre as irregularidades apontadas pelo relatório do TCE estão indícios de que os projetos educação na realidade não existem; excesso de professores nos cinco primeiros anos do ensino fundamental conforme denuncia formulada pelo Sindicato dos Professores; falta de recursos disponíveis para o cumprimento das obrigações; pagamento por difícil acesso a profissionais com licença médica contrariando a constituição; excesso de readaptações de professores pela Junta Médica do município; pagamento sem a comprovação; pagamento de profissional aprovado em concurso que não está apto a exercer suas funções; e falta de controle e acondicionamento precário do material permanente e de consumo.

Calculadoras: "Negócio da China"

Logo depois da entrevista coletiva a secretária Margarida Gaigher foi visitar o depósito da Secretaria de Educação para ver a situação do local conforme atestou a inspeção do TCE.

Os inspetores verificaram que os materiais adquiridos pela Prefeitura com recursos do FUNDEB estavam guardados em espaço físico mal iluminado e sujo com as caixas colocadas diretamente no chão. O TCE também constatou que não havia controle de entrada e saída dos materiais. No relatório consta também que houve compra excessiva de alguns materiais como ventiladores, liquidificadores, batedeiras, vasos sanitários e escadas domésticas.

Durante a visita ao deposito Margarida comprovou a existência do excesso de liquidificadores e escadas. A secretaria também verificou que centenas de calculadoras fabricadas na China estavam se estragando. Os funcionários do deposito chegaram a retirar as pilhas para que elas não estourassem dentro das calculadoras.

Este excesso de calculadoras foi verificado pelo TCE que no relatório afirmou que “outro fato que nos causou estranheza foi a aquisição de calculadoras, as quais foram entregues, e por estarem a tempo guardadas com as pilhas, estas oxidaram e as calculadoras não funcionam mais”.

A inspeção do TCE ficou sabendo por parte dos funcionários do depósito que estes materiais sobraram da última compra feita pela Prefeitura.

Margarida Gaigher afirmou que a secretaria está fazendo uma auditória interna para aprofundar as investigações e apresentou um relatório constando as irregularidades que não foram apontadas pelo TCE.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Sizuo nega ser chefe de quadrilha e que Justiça vai dizer se é inocente

Celso Bejarano e Hélder Rafael
Alessandra de Souza


O empresário Sizuo Uemura, preso durante em julho do ano passado durante a operação Owari, prestou depoimento nesta manhã, no TJ-MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), mas nada disse sobre suas declarações ao deixar a sala de audiência. Ele, embora negue, é apontado pela Polícia Federal como chefe de uma quadrilha que direcionava licitações da prefeitura de Dourados.
Uemura é dono de funerárias, hospital, imóveis e concessionárias de carros. É um dos homens mais ricos de Dourados. Até sua prisão, ele era influente tanto no meio empresarial quanto político no município de Dourados.
Ao deixar o prédio do TJ-MS, Uemura disse que “é a Justiça que vai dizer se ele é inocente ou não”. Ele informou ainda que não viu o prefeito Ari Artuzi, que também prestou depoimento na manhã desta quinta-feira.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Comitê Popular pede cassação dos 11 vereadores de Dourados indiciados pela PF

Nicanor Coelho, de Dourados

O CRDP (Comitê Regional de Defesa Popular) protocolou nesta terça-feira (9) na Câmara Municipal de dourados o pedido de cassação de 11 dos doze vereadores que foram indiciados pela Policia Federal pelo envolvimento em crimes desvendados pela Operação Uragano.
O documento elaborado pelo Comitê Popular conta com a assinatura de dirigentes de mais de quarenta sindicatos e associações comunitárias e de cidadãos que apóiam o movimento popular em defesa da ética na política que propõe a cassação dos vereadores.
O coordenador do Comitê, Ronaldo Ferreira afirmou que o pedido de cassação baseia-se nas denuncias que já estão no Ministério Público e referente as investigações feitas pela Operação Uragano que mandou para a cadeia o prefeito Ari Artuzi, o vice Carlinhos Cantor, nove dos onze vereadores, secretários municipais e empresários.
Ronaldo afirmou o Comitê vai enviar uma cópia do documento que pede a cassação dos vereadores para os partidos políticos a quem pertencem os parlamentares para que eles se posicionem sobre as denuncias de corrupção.
O pedido de cassação salva apenas a vereadora Délia Razuk (PMDB) que atualmente ocupa interinamente a Prefeitura e que não foi indiciada pela Operação Uragano.
Dos onze vereadores indiciados apenas Dirceu Longhi (PT) e Gino Ferreira (DEM) não foram presos.  Além de Gino e Dirceu será pedida a cassação por quebra do decoro parlamentar os vereadores Aurélio Bonato (PDT), Zezinho da Farmácia (PSDB), Tio Julio Artuzi (PRB), José Carlos Cimatti (PSB), Humberto Teixeira Junior (PDT), Edvaldo Moreira (PDT), Marcelo Hall (PR), Marcelo Barros (DEM), Paulo Henrique Bambu (DEM) e Sidlei Alves (DEM).

domingo, 7 de novembro de 2010

Investigada por fraude em licitações, empreiteira vence disputa em Dourados


Nicanor Coelho, correspondente em Dourados


A Prefeitura de Dourados acaba de contratar para realizar a “operação tapa buracos” a empresa Planacon Construtora Ltda. que está sendo investigada pela Operação Uragano supostamente ligada a uma quadrilha que fraudava licitações públicas.

A Planacon conseguiu um contrato no valor de R$ 364.584,98 com duração de noventa dias a partir do dia 27 de outubro de 2010. O Diário Oficial de Dourados do dia 13 de novembro publicou a Dispensa de Licitação 156/2010 afirmando que a empresa foi dispensada de licitação.

Segundo o Diário Oficial é um “contrato emergencial de empresa de engenharia especializada para a execução de serviços de tapa buracos nas vias públicas” de Dourados.

O secretário Municipal de Obras, Antônio Nogueira afirmou que a licitação foi feita na modalidade de carta-convite sendo que a Planacon apresentou a proposta com o melhor preço entre as três concorrentes.

Nogueira disse que não há nenhum problema na contratação da empresa uma vez que os contratos que estão sendo investigados pela Operação Uragano foram assinados durante o período em que o prefeito afastado Ari Artuzi estava no comando da Prefeitura. Artuzi, o vice-prefeito e nove dos 12 vereadores da cidade foram presos por conta do esquema de fraude em licitações. A empresa em questão apareceu na investigação e foi denunciada pelo Ministério Público.

O secretário afirmou que o processo de contratação foi emergencial devido a situação em que se encontram as ruas de Dourados e foi feito dentro da legalidade.

Na última quinta-feira, o MP (Ministério Público Estadual) protocolou uma ação civil pública onde consta o nome da Planacon e de mais 68 empresas e pessoas por improbidade administrativa.

A Planacon e os demais denunciados foram investigados pela Policia Federal por envolvimento em esquemas de fraude de licitações na Prefeitura de Dourados que resultado na Operação Uragano que mandou prefeito, vice, vereadores, secretários e empresários para a cadeia.

Em entrevista a Rádio Grande FM o secretário de Obras, Antônio Nogueira afirmou que “o tapa-buraco pouco resolve a situação em que está a malha viária de Dourados”.

Conforme Nogueira em alguns locais o asfalto tem 30, 40 anos, e não suporta o tráfego pesado. “Temos um projeto de recapeamento, mas por enquanto é preciso tapar os buracos, principalmente nas vias mais movimentadas”, explicou o secretário.

Somente depois que pararem as chuvas é que a Prefeitura vai prosseguir com a recuperação do asfalto de Dourados. Grande parte das ruas do centro da cidade e naquelas mais movimentadas dos bairros periférico a situação é grave.

sábado, 6 de novembro de 2010

Rombo provocado por quadrilha de Artuzi pode ter atingido a cifra de R$ 35 milhões

Celso Bejarano, da Redação e Nicanor Coelho, de Dourados

O Ministério Público de Mato Grosso do Sul protocolou ontem, quinta-feira (4.11), no fórum de Dourados, a ação civil pública por improbidade administrativa contra 69 pessoas e empresas investigadas durante a Uragano, operação da Polícia Federal que pôs na cadeia 29 pessoas supostamente ligadas a uma quadrilha que fraudava licitações públicas.

De acordo com a ação, a trama rendeu ao bando ao menos R$ 35 milhões, perto de 70% da renda mensal do município. O inquérito da PF, uma pilha de quatro mil páginas, diz que o prefeito da cidade Ari Artuzi, sem partido, preso desde o dia da operação, 1º de setembro passado, seria o chefe da organização.

Na lista dos denunciados (ver logo abaixo) aparecem os nomes do prefeito, vice-prefeito, vereadores e de empreiteiras, algumas delas ainda tocando obras milionárias no Estado.

Ari Artuzi foi afastado por determinação judicial e permanece encarcerado. Hoje, o município é chefiado pela presidente da Câmara dos Vereadores, Délia Razuk, do PMDB.

A ação foi produzida pelo promotor de Justiça Paulo César Zeni, Cláudia Loureiro Ocariz Almirão e Amilcar Araújo Carneiro Júnior.

Se a ação ajuizada ontem for julgada legal, as penas contra os implicados no caso podem motivar perdas dos direitos políticos, pagamento de multa, além da devolução dos prejuízos provocados.

De acordo com a denúncia, os vereadores – 11 dos 12 aparecem como envolvidos – e o prefeito fraudavam as licitações e, com isso, recebiam das empresas prestadoras de serviço ao município, somas que variavam entre R$ 5 mil e R$ 120 mil.

Eis a lista dos denunciados na ação do MPE, ajuizada ontem no fórum de Dourados

1. ARI VALDECIR ARTUZI, (prefeito)

2. ADEMIR DE SOUZA OSIRO,

3. ADILSON DE SOUZA OSIRO,

4. ALZIRO ARNAL MORENO,

5. ANTÔNIO FERNANDO DE ARAÚJO GARCIA,

6. ARNALDO DE SOUZA OSIRO,

7. AURÉLIO LUCIANO PIMENTEL BONATTO,

8. BRUNO DE MACEDO BARBATO,

9. CARLOS GILBERTO RECALDE,

10. CARLOS ROBERTO ASSIS BERNARDES,

11. CARLOS ROBERTO FELIPE,

12. CELSO DAL LAGO RODRIGUES,

13. CLAUDIO MARCELO MACHADO HALL,

14. DARCI CALDO,

15. DILSON CÂNDIDO DE SÁ,

16. DILSON DEGUTI,

17. DIRCEU APARECIDO LONGHI,

18. EDMAR REIZ BELO,

19. EDMILSON DIAS DE MORAIS,

20. EDSON FREITAS DA SILVA,

21. EDUARDO TAKACHI UEMURA,

22. EDVALDO DE MELO MOREIRA,

23. ELIEZER SOARES BRANQUINHO,

24. ELTON OLINSKI FARIAS,

25. FÁBIO ANDRADE LEITE,

26. GERALDO ALVES DE ASSIS,

27. GILBERTO DE ANDRADE,

28. GINO JOSÉ FERREIRA,

29. HILTON DE SOUZA NUNES,

30. HUMBERTO TEIXEIRA JÚNIOR,

31. IGNEZ MARIA BOSCHETTI MEDEIROS

32. JOÃO EDER KRUGER,

33. JORGE HAMILTON MARQUES TORRACA,

34. JOSÉ ANTONIO SOARES,

35. JOSÉ CARLOS CIMATTI PEREIRA,

36. JOSÉ CARLOS DE SOUZA,

37. JOSÉ HUMBERTO DA SILVA,

38. JOSÉ ROBERTO BARCELOS,

39. JÚLIO LUIZ ARTUZI,

40. LEANDRO CARLOS FRANCISCO,

41. MARCELO LUIZ LIMA BARROS,

42. MARCELO MARQUES CALDEIRA,

43. MARCELO MINBACAS SACCOL,

44. MÁRCIO JOSÉ PEREIRA,

45. MARCO AURÉLIO DE CAMARGO AREIAS,

46. MARIA APARECIDA DE FREITAS,

47. MARLENE FLORENCIO DE MIRANDA VASCONCELOS –

48. NERONE MAIOLINO JÚNIOR,

49. PAULO FERREIRA DO NASCIMENTO,

50. PAULO HENRIQUE AMOS FERREIRA,

51. PAULO ROBERTO NOGUEIRA,

52. PAULO ROBERTO SACCOL,

53. RODRIGO RIBAS TERRA,

54. SELMO MARQUES DE OLIVEIRA,

55. SIDLEI ALVES DA SILVA,

56. SIDNEI DONIZETE LEMES HEREDIAS,

57. TATIANE CRISTINA DA SILVA MORENO,

58. THIAGO VINICIUS RIBEIRO,

59. VALMIR DA SILVA,

60. ASSOCIAÇÃO BENEFICENTE DOURADENSE - HOSPITAL EVANGÉLICO “DR. E DRA. GOLDSBY KING”,

61. MS CONSTRUTORA DE OBRAS LTDA.,

62. CGR ENGENHARIA LTDA.,

63. NOTA CONTROL TECNOLOGIA LTDA.,

64. FINANCIAL CONSTRUTORA INDUSTRIAL LTDA.,

65. GWA TRANSPORTES LTDA.,

66. PLANACON CONSTRUTORA LTDA.,

67. CENTRAL ARMAS (nome de fantasia), CLAUDIA PATRICIA GONÇALVES – ME (nome empresarial),

68. CONSTRUTORA VALE VELHO LTDA.,

69. MEDIANEIRA DOURADOS TRANSPORTES LTDA.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Dilma se reúne com Palocci e Dutra no feriado de Finados

Publicada em 02/11/2010 às 12h02m
Isabel Braga - O Globo; Reuters



BRASÍLIA - A presidente eleita, Dilma Rousseff (PT), está reunida desde o final da manhã desta terça-feira, feriado de Finados, em sua casa em Brasília com integrantes da sua equipe de transição, como o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci e o presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra. Eles não falaram com a imprensa ao chegar ao local. ( Leia também: Jornais ingleses demonstram preocupação com governo Dilma )
Segundo assessoria de imprensa de Dilma, eles terão mais uma reunião para desenhar a agenda de transição do governo antes de a presidente eleita tirar alguns dias de folga. ( Lula não quer Palocci no Planalto e nem na equipe econômica; Mantega e Gabrielli têm nome certo no governo Dilma )
A petista viaja na quarta-feira e descansa até domingo. É possível que Dilma passe o período em Porto Alegre, ao lado da filha Paula e do neto Gabriel, mas o destino não foi confirmado pela assessoria. Ela mesma chegou a dizer na segunda-feira que seu destino é "segredo de Estado".
( Veja o especial sobre a Era Lula )
( Confira o especial sobre a trajetória de Dilma Rousseff )
( Qual deve ser a prioridade do governo Dilma? Vote )
( O que você gostaria de dizer para a próxima presidente? Mande sua mensagem )
( As promessas de Dilma )
Ainda nesta terça-feira, Dilma concede entrevistas para as emissoras Band e SBT. Na segunda, ela deu entrevistas à Record, Globo e RedeTV! . Dilma optou por essas mídias e não concedeu ainda uma entrevista coletiva a toda a imprensa.
Depois, a presidente eleita irá acompanhar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Seul , na Coreia do Sul, para reunião do G-20, onde ele vai apresentá-la à comunidade internacional. A reunião será entre 11 e 12 de novembro.
Leia mais:Palocci deverá ser coordenador da equipe de transição de Dilma
Equipe de transição já discute câmbio no governo Dilma
Escolha de Dilma para o BC será estratégica e sinalizará política cambial
Dilma já começa a montar sua equipe: nos bastidores, nomes como Paulo Bernardo, Palocci, Cardozo e Pimentel

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Giroto, ex-secretário de Obras, tem campanha bancada por empreiteiros e dinheiro de André

deputado federal eleito (esquerda na foto) disse ter gastado R$ 3 milhões na campanha eleitoral, sendo que R$ 1,6 milhão saiu do bolso de 11 empreiteiros e, segundo ele, R$ 1 milhão da conta bancária de Puccinelli



Celso Bejarano

O deputado federal eleito Edson Giroto, do PR, declarou ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que sua campanha eleitoral consumiu R$ 3.029.400,00, R$ 1.637.000,00 dos quais saíram dos bolsos de empreiteiros que tocam obras aqui em Mato Grosso do Sul.
Antes de estrear na política como o deputado federal mais bem votado nessa eleição, com 147 mil votos, Giroto ocupava a secretaria estadual de Obras.
O eleito contou também com uma generosa quantia doada pelo governador eleito André Puccinelli, do PMDB, que injetou R$ 1.034.150,00, dinheiro emitido em cheques, na campanha de Giroto, segundo dados disponibilizados na internet desde a tarde desta terça-feira pelo TSE.
Do bolso de Girotto, saíram apenas R$ 6 mil, segundo sua prestação de contas entregues ontem ao TRE (Tribunal Regional Eleitoral).
De acordo com a prestação de contas de Giroto, ele recebeu doações dessas empresas:
1 – Cbemi Construtora Brasileira e Mineradora Ltda (R$ 300 mil);
2 – Consegv Planejamento e Obras Ltda (R$ 163 mil);
3 – Conspar Engenharia Ltda (R$ 25 mil);
4 – Construtora Alvorada Ltda (R$ 120 mil);
5 – Construtora Brasil Central Ltda (R$ 100 mil);
6 – Engepar Engenharia e Participações Ltda (R$ 50 mil);
7 – Equipe Engenharia Ltda (R$ 200 mil);
8 – Geoserv Serviços de Geotecnia e Construtora Ltda (R$ 400 mil)
9 – Proteco Construções Ltda (R$ 50 mil)
10 – Serveng Civilsan S.A. Empresas Associadas de Engenharia (R$ 100 mi) e
11 – Sipav Serviço e Recuperação, Pavimentação Ltda (R$ 30 mil)