terça-feira, 6 de julho de 2010

Código Florestal (PASTORA SIMONE PAIM 1236)











As mudanças no Código Florestal voltaram a ser debatidas na Câmara dos Deputados, em Brasília. Mesmo depois de seis horas de discussão, um acordo entre ambientalistas e ruralistas parece estar longe de sair.
Desde cedo produtores rurais de todo país tomaram conta da sala de reunião. Ambientalistas e sindicalistas tiveram que ocupar outra sala e acompanharam os debates por um telão. A cada discurso de parlamentares havia manifestações contra e a favor.
O debate durou o dia todo na comissão especial da Câmara. Deputados ambientalistas e ruralistas insatisfeitos com o relatório do deputado Aldo Rebelo apresentaram propostas alternativas de texto.
Mas nada chegou a ser votado. A reunião foi encerrada no final da tarde da segunda-feira. O relator saiu sem falar com a imprensa.
O deputado Ivan Valente, autor de um dos votos que pede mudanças no texto de Aldo Rebelo, criticou a pressa em tentar aprovar o novo Código Florestal. “Eu espero que o deputado Aldo Rebelo tenha a sensibilidade de perceber a complexidade desse relatório e a polêmica que ele causou”, disse.
Polêmica que virou confusão quando o produtor rural Roberto Tofeti, de São Paulo, xingou o deputado, que reagiu com empurrões.
Os seguranças da Câmara foram chamados. O deputado ruralista Valdir Colatto tentou apartar a briga. Depois da troca de insultos e empurrões o produtor se justificou. “Eu falei que ele era ignorante sobre o tema, que ele não sabia o que estava falando. Porque nós pequenos agricultores não estamos conseguindo trabalhar com esse código”, explicou.
Mais calmo, o parlamentar também  se explicou. “Eu não sou deputado para levar desaforo para casa seja de ruralista ou de agronegócio”, disse Valente.
Longe da confusão, em seu gabinete, o relator concordou em falar com a equipe do Globo Rural. Ele disse que preferiu não apresentar o relatório para votação porque precisava de mais tempo para analisar as sugestões. Mas admitiu que recuou em alguns pontos. “Achei que era prudente desde que houvesse a concordância em reduzir para rios de até cinco metros e a mata ciliar para 15 metros, mantendo a metragem dos rios maior. Isso protege o pequeno agricultor. Dessa forma, pode-se manter fixamente, sem alteração por parte dos Estados, essas medidas de área de preservação permanente dos rios”, esclareceu Rebelo.

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