domingo, 31 de outubro de 2010

Com cassação de prefeito e vice, Dourados pode ter novas eleições já no começo de 2011

Valdelice Bonifácio, Celso Bejarano e Nicanor Coelho de Dourados
 

Se realmente forem cassados o prefeito afastado de Dourados, Ari Artuzi (sem partido) e seu vice Carlos Roberto Assis Bernardes, o Carlinhos Cantor (PR), ainda em 2010, o município poderá passar por novas eleições. Na Câmara, vereadores sinalizam que as comissões processantes contra prefeito e vice devem culminar na cassação dos dois já no mês de novembro.

Contudo, os parlamentares já descartam a possibilidade de eleições diretas em 2010. Isso porque a comunicação tem de ser feita à Justiça Eleitoral com 45 dias de antecedência à possível data do pleito. Assim, as novas eleições aconteceriam apenas em 2011.
O fato de Artuzi ser cassado quando ainda faltarem dois anos para a conclusão do mandato de Artuzi que terminaria em 31 de dezembro de 2012 reforça a tese das eleições diretas em 2011, na opinião de vereadores.
Outra possibilidade é a própria Câmara escolher o prefeito como ocorre na situação atual. A vereadora Délia Razuk (PMDB) tomou posse do Poder Executivo após ser eleita presidente da Câmara do Município. Ela foi escolhida para o lugar de Sidlei Alves (DEM) que, após ser preso na Operação Uragano, renunciou abrindo espaço para novas eleições na Casa de Leis.
Aliás, por conta das eleições na Câmara, Dourados pode sofrer mudanças de comando ainda este ano. É que a eleição que escolheu Délia presidente só vale até a segunda quinzena de dezembro. Depois, a Casa tem que convocar novo pleito para a Mesa Diretora.
Além de Délia, apenas dois vereadores da Casa estão em condições de se eleger presidente da Câmara e em seguida assumir a prefeitura: Dirceu Lohghi (PT) e José Gino Ferreira (DEM). Os outros nove nomes da Casa são suplentes que entraram no lugar de vereadores afastados em decorrência das prisões na Operação Uragano.

A mesma operação deteve também Artuzi e Carlinhos Cantos. Artuzi está no Presídio Federal de Campo Grande e Cantor na Penitenciária Harry Amorim Costa em Dourados. Na sexta-feira (29), os dois foram notificados por vereadores da comissão processantes. Ambos têm 10 dias para apresentar defesa.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Vereador segue para o presídio para notificar Artuzi


Sexta-feira, 29 de Outubro de 2010 08:03 Reportar erro | Comentários(0)
Fernanda França
Divulgação
Artuzi no momento da prisão, ocorrida em sua casa, em Dourados
O prefeito afastado de Dourados, Ari Artuzi (sem partido), será notificado hoje pela Comissão Processante da Câmara Municipal, cujo processo pode resultar na cassação de seu mandato.

Na prática, duas comissões processantes foram instauradas na Casa, para analisar separadamente os casos de Artuzi e do vice-prefeito afastado, Carlinhos Cantor (PR). Os dois são acusados de envolvimento em esquema de corrupção.

O vereador Laudir Munaretto (PMDB), presidente da comissão que investiga Artuzi, segue neste momento para o presídio federal onde o prefeito afastado está preso. Ele disse ao Campo Grande News que deve chegar ao local por volta das 9h.

De acordo com o parlamentar, Artuzi terá 10 dias para apresentar defesa, a contar do dia 3 de novembro. Com a defesa em mãos, o relator do processo, vereador Idenor Machado (DEM), terá novo prazo para elaborar seu parecer pedindo ou não a cassação do mandato de Artuzi.

Em seguida, o relatório será analisado pelo plenário, que decidirá soberanamente sobre a cassação do prefeito afastado.

Se ele for cassado, perderá definitivamente seus direitos políticos, conforme decisão tomada esta semana pelo STF (Superior Tribunal Federal), com base na Lei da Ficha Limpa.

Laudir Munaretto está certo de que a decisão sobre a cassação de Artuzi deve sair até o início de dezembro.

Apesar de ser cauteloso ao falar de cassação, o vereador concorda que esta é a tendência. “Acho que o prefeito precisa ter todo o direito de defesa para que a gente não incorra em erro. Não posso falar pelos outros, mas realmente é uma situação muito complicada, os indícios são muito fortes e contundentes”, avaliou.

O vice afastado, Carlinhos Cantor, também será notificado nesta manhã pelo presidente da comissão que analisa seu caso, o vereador Walter Hora (PPS). Cantor está preso no presídio de segurança máxima Harry Amorim Costa, em Dourados.

O caso – Ari Artuzi, o vice, Carlinhos Cantor, a primeira dama, Maria Aparecida Freitas Artuzi, grande parte do secretariado e dos vereadores da cidade foram filmados participando de esquema de corrupção em Dourados.

O prefeito afastado é acusado de pagar propina a vereadores para liberar projetos de seu interesse e de fraudar licitações. Dentro deste esquema, ele recebia “retornos” para beneficiar as empresas.

Os vídeos reveladores foram filmados pelo então secretário de Governo, Eleandro Passaia, sob a orientação da Polícia Federal. O jornalista, que também já ocupou a chefia da Comunicação da prefeitura, está desaparecido, sob escolta do programa de proteção às testemunhas da PF. Os vereadores presos na operação “Uragano” já foram afastados, e substituídos por suplentes.
Leia Mais:
26/10/2010
09:37  - Artuzi foi transferido por risco de atentado, diz Jacini
22/10/2010
18:24  - OAB avalia como “exagero” transferência de Artuzi
11:57  - Ari Artuzi foi transferido para Presídio Federal
21/10/2010
16:07  - Família de Maria Artuzi diz que prisão é abusiva
12:30  - Grupo fará protesto em defesa de Ari Artuzi em Dourados
09:15  - Ari Artuzi deixa o Garras para fazer exames médicos

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Países árabes pedem que EUA investiguem denúncias feitas por Wikileaks


Plantão | Publicada em 25/10/2010 às 10h49m
BBC Wikileaks sugere que EUA ignoram denúncias de abusos no Iraque

O Conselho de Cooperação do Golfo Pérsico, grupo que inclui seis países árabes, pediu aos Estados Unidos que investiguem detalhes de supostos abusos que teriam sido cometidos contra os direitos humanos no Iraque veiculados no site especializado em vazamento de informações Wikileaks.
Os documentos do site sugerem que as Forças Armadas americanas ignoraram casos de tortura praticada pelas tropas iraquianas, além de se omitir de "centenas" de mortos de civis em postos de controle.
Em um comunicado, o secretário-geral do grupo, Abdulrahman al-Attiyah, disse que os EUA são responsáveis pelas supostas torturas e assassinatos.
O conselho é formado pela Arábia Saudita, Kuwait, Oman, Catar, Bahrein e Emirados Árabes.
O Pentágono disse que não tem intenção de reinvestigar os abusos.
O material divulgado pelo Wikileaks - considerado o maior vazamento de documentos secretos da história - comprova que os Estados Unidos mantiveram registros de mortes de civis, embora já tenham negado esta prática.
Ao todo, foram divulgados registros de 109 mil mortes, das quais 66.081 teriam sido civis.
No fim de semana, o primeiro-ministro iraquiano, Nouri al-Maliki, acusou o site de tentar sabotar suas chances de reeleição e criticou o que chamou de "interesses políticos por trás da campanha midiática que tenta usar os documentos contra líderes nacionais".
Maliki, representante da etnia xiita, tenta se manter no poder depois das eleições parlamentares ocorridas em março, no qual nenhum partido obteve maioria. As negociações entre as diversas facções para formar uma coalizão prosseguem.
Seus oponentes sunitas dizem que os papeis divulgados pelo Wikileaks destacam a necessidade de estabelecer um governo de coalizão, em vez de concentrar todo o poder nas mãos de al-Maliki.
Tortura
Muitos dos 391.831 relatórios Sigact (abreviação de significant actions, ou ações significativas, em inglês) do Exército americano aparentemente descrevem episódios de tortura de presos iraquianos por autoridades do Iraque.
Em alguns deles, teriam sido usados choques elétricos e furadeiras. Também há relatos de execuções sumárias.
Os documentos indicam que autoridades americanas sabiam que estas práticas vinham acontecendo, mas preferiram não investigar os casos.
O porta-voz do Pentágono Geoff Morrell disse à BBC que, caso abusos de tropas iraquianas fossem testemunhados ou relatados aos americanos, os militares eram instruídos a informar seus comandantes.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Tribunal mantém na cadeia Ari Artuzzi e quatro vereadores

FERNANDA BRIGATTI 20/10/2010 00h00

foto
Foto: Álvaro Rezende

O Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul manteve a prisão preventiva do prefeito afastado de Dourados, Ari Artuzi (sem partido), do vice, Carlinhos Cantor (PR), da primeira-dama, Maria Aparecida Freitas Artuzi, e de quatro vereadores.
Os desembargadores da Seção Criminal foram unânimes em votar pela manutenção da prisão, pelo bem da ordem pública.
O advogado de Artuzi, Carlos Marques, autor do pedido, deixou o julgamento às pressas, sem falar com a imprensa. “Não vou dar entrevista”, disse. 

Correio do Estado

domingo, 17 de outubro de 2010

Dinheiro arrecadado por meio de fraudes em licitações era transportado em carro-forte


Celso Bejarano
O portal Terra noticiou ontem que o dinheiro do esquema de fraude em licitações envolvendo os principais políticos de Dourados, era repartido com a ajuda de um carro-forte. Essa trama foi desmantelada em setembro passado por meio da Uragano, a operação da Polícia Federal que pôs na cadeia o prefeito, o vice-prefeito e nove dos 12 vereadores da cidade.
A reportagem do Terra foi sustentada pelo relatório da PF, de ao menos 4 mil páginas. O Midiamax obteve cópias da documentação, mas por força de uma decisão judicial, que impôs censura no caso, não pode publicar nada acerca do caso.
Contudo, ontem, o portal nacional estampou em sua manchete principal: “MS: empreiteira usava carro-forte para transportar propina a políticos”.
Siga a reportagem do Terra, no portal desde ontem:
A empresa que administra a coleta de lixo em Dourados (MS) pagava R$ 200 mil mensais de propina pelo direcionamento da licitação que lhe permitiu explorar o serviço. O valor era dividido entre o prefeito, secretários e vereadores da cidade. Para não levantar suspeitas, um carro-forte da maior rede de supermercados local, a Comper e Forte Atacadista, era usado para transportar o dinheiro da propina. A Financial Ambiental recebia R$ 1,4 milhão por mês da prefeitura pelo recolhimento do lixo. Os detalhes da operação estão no inquérito de mais de 4 mil páginas da Polícia Federal entregue à Justiça, ao qual a reportagem do Terra teve acesso com exclusividade.
O esquema foi revelado durante as investigações da operação Uragano, que resultou na prisão de 28 pessoas e no indiciamento de outras 60 por fraudes em licitações e pagamento de propinas no segundo maior município de Mato Grosso do Sul. Entre os presos pela Polícia Federal estão o prefeito afastado Ari Artuzi (sem partido), o vice-prefeito afastado Carlinhos Cantor (PR), nove vereadores da cidade e o sócio majoritário do grupo Financial, empresário Antônio Fernando de Araújo Garcia.
O valor total desviado pelo grupo da prefeitura de Dourados ainda está sendo apurado numa auditoria feita por técnicos do Tribunal de Contas da União (TCU) e da Controladoria Geral da União (CGU). Segundo a denúncia do Ministério Público, a estimativa é de que os desvios cheguem a R$ 700 mil mensais.
A reportagem do Terra entrou em contato com engenheiro da construtora Financial Carlos Roberto Felipe - representante legal da empresa em Dourados -, mas ele não retornou a ligação. O empresário Antônio Fernando de Araújo Garcia, da Financial Construtora, não foi encontrado para comentar o assunto. O grupo Financial atua no Estado com quatro empresas: a Construtora Financial, Financial Mineradora, a Imobiliária Financial e Financial Ambiental, que é responsável pela coleta e destinação do lixo de grandes cidades do Estado.
A reportagem também tentou falar com os responsáveis pela rede Forte Atacadista e Comper através da assessoria de imprensa da empresa, mas não obteve resposta. O grupo Comper e Forte Atacadista tem 38 anos de existência, com negócios no Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Santa Catarina, Goiás e Distrito Federal. A empresa é considerada uma das dez maiores do setor no País.
Carlos Marques, advogado do prefeito afastado Ari Artuzi, negou todas as acusações. "Meu cliente nega todas as acusações, todas as gravações foram feitas pelo Passaia (ex-secretário de governo do município Elandro Passaia) são ilegais. Ele que fazia todas os pagamentos e não foi indiciado, isso ainda tem que ser esclarecido. Não há nenhum documento que prove qualquer desvio de recursos públicos do município", afirmou Marques.
A mesma linha seguiu Jose Vanderlei, advogado do vice-prefeito afastado Carlinhos Cantor (PR): "meu cliente não tem ciência de nada que ocorreu em Dourados, ele esta sendo cerceado dos direitos constitucionais, ele esta afastado do cargo, tem residência fixa, as provas foram colhidas então não há motivos para prisão".
Como o esquema foi descoberto
A operação Uragano nasceu de uma denúncia divulgada pela imprensa de Dourados sobre superfaturamento em operações tapa-buracos da prefeitura. As investigações da Polícia Federal iniciaram no dia 1º de junho, quando um funcionário da empresa responsável pelas obras procurou a polícia para deletar o esquema.
O ex-secretário de governo do município, Elandro Passaia, que também já tinha procurado a polícia para relatar as fraudes, foi o "agente" disfarçado dentro da organização criminosa. Através dos grampos e das conversas que Passaia gravou com empreiteiros, prestadores de serviços e políticos, a Polícia Federal identificou ramificações da rede de corrupção em, praticamente, todas as secretarias da prefeitura.
Das 28 pessoas presas, continuam na cadeia Artuzi, a ex-primeira dama Maria Artuzi, Cantor, o secretário afastado de Serviços Urbanos Marcelo Hall, o presidente afastado da Câmara Sidlei Alves, e os vereadores Humberto Teixeira Junior e Edvaldo Moreira. Todos deixaram seus cargos temporariamente, mas ainda recebem os salários integrais.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Romaria da padroeira do Brasil atrai cerca de 15 mil pessoas em Dourados

 
Nicanor Coelho, de Dourados
Aproximadamente 15 mil pessoas participaram da cerimônia de coroação de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, por volta do meio dia de hoje, no distrito de Vila São Pedro em Dourados. A cerimônia foi celebrada pelo bispo diocesano Dom Redovino Rizzardo. A cerimônia contou com a presença de católicos de dezenas de município da Grande Dourados. A prefeita em exercício Délia Razuk estava ao lado do bispo durante a missa que frisou a importância da mulher.
O deputado estadual eleito Laerte Tetila acompanhou as orações junto com a multidão que se aglomerava em baixo das árvores por causa do forte calor. As comemorações alusivas à padroeira do Brasil começaram no início da manhã quando milhares de católicos se concentraram em frente a Catedral de Imaculada Conceição no centro da cidade.
Às 8h começou a carreata que seguiu pela Avenida Marcelino Pires e depois pegou a BR 163 num trecho de 15 quilômetros até o distrito de Vila São Pedro onde está o Santuário Diocesano de Nossa Senhora Aparecida. Além da carreata milhares de romeiros seguiam a pé pagando promessas.



Antes da missa de coroação da padroeira aconteceu o Momento Mariano organizado pela RCC (Renovação Carismática Católica) enquanto que padres de onze paróquias estavam à disposição dos fiéis para ouvir confissões.
Conforme o Padre Leão, a Sala das Promessas localizada no Santuário recebeu as visitas de muitos devotos que alegam que alcançaram graças e deixaram algum objeto como prova dos milagres recebidos da santa.