terça-feira, 17 de agosto de 2010

Frase de Artuzi reflete época da escravidão





Para Núcleo de Estudos UFGD, frase de Artuzi reflete época da escravidão


Nicanor Coelho, de Dourados

O professor Marcio Mucedula Aguiar, coordenador do NEAB (Núcleo de Estudos Afro Brasileiros) da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados) disse que a frase dita pelo prefeito Ari Artuzi (PDT) “reflete uma representação preconceituosa e racista sobre o trabalho forjada na época da escravidão”

Conforme o professor “esta visão muito comum e ainda presente na sociedade brasileira associa negros e pardos a atividades manuais, consideradas inferiores e de pouco prestígio social”.

Aguiar afirmou que “quando se coloca "Nos temos feito serviço de gente branca. Serviço de gente" demonstra que ainda prevalece em nossa sociedade um imaginário que associa os negros as atividades não consideradas "humanas" enquanto aos brancos cabem as atividades consideradas nobres, de comando e "humanas".

“Infelizmente, - prossegue o professor - o racismo e preconceito estão tão introjetados no imaginário coletivo, que as pessoas acabam verbalizando tais opiniões, e o pior, nem sempre percebem o quanto tais frases são racistas”

O NEAD, segundo Marcio Aguiar, é um organismo que discute no meio acadêmico políticas educacionais. Recentemente o núcleo realizou o III Seminário Racismo e Antirracismo: Educação para a Diversidade que discutiu a história e a realidade da população negra no Brasil. No seminário foi discutida a necessidade de romper com muitos preconceitos e enganos que são disseminados de diferentes formas, inclusive, no ensino das escolas.

domingo, 8 de agosto de 2010

Artuzi no palanque de Puccinelli já causa “mal-estar”

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Nicanor Coelho, de Dourados
Arquivo


Depois que o prefeito Ari Artuzi (PDT) anunciou apoio à candidatura do governador André Puccinelli (PMDB) em reunião com servidores de Dourados no último sábado (31), começaram a aparecer os primeiros estragos na coligação “Amor, Trabalho e Fé”.

Já na segunda-feira, o vereador Marcelo Barros (DEM), candidato a deputado estadual, publicou nota à imprensa dizendo que não subiria no palanque de Puccinelli com a presença do prefeito.
O vereador Marcelo Barros candidato a deputado estadual pelo DEM ficou “azedo”, na noite do último sábado, por causa da presença do prefeito na inauguração do Comitê de André e se negou a subir na plataforma onde estavam os candidatos.
A presença de Artuzi como apoiador de Puccinelli em Dourados criou mal estar maior na quarta-feira, depois que o Tribunal de Justiça acatou a denúncia do Ministério Público Estadual por causa dos indícios de ligação entre o prefeito e a quadrilha que fraudava licitações e praticava outros crimes, investigados pela Operação Owari.
"Só malefícios"
O deputado federal Geraldo Resende (PMDB) disse que, “apesar de não se desprezar apoio em política, a presença de Artuzi só causará malefícios à campanha”. Resende disse que o bom índice de Puccinelli nas pesquisas em Dourados se deve a lideranças como ele, Marçal Filho, Zé Teixeira, Murilo Zauith entre outros que apóiam a candidatura peemedebista.
“O André precisa rever esta parceria”, disse Geraldo ao acrescentar que a decisão do Tribunal de Justiça só complica mais a vida do prefeito e o apoio poderá repercutir negativamente entre os eleitores.
"No mesmo palanque que Artuzi, não!"
Barros não aceita a presença de Artuzi na campanha de Puccinelli apesar de concordar que o governador não pode recusar nenhum tipo de apoio.
“Estou numa caminhada pela ética e moralidade na vida pública e não posso dividir o mesmo palanque com uma pessoa acusada de vários crimes e que pratica uma série de irregularidades na administração da nossa cidade”, disse Barros em nota publicada nos jornais de Dourados.
“Recuso-me a dividir com Artuzi o mesmo palanque pelas razões que a população já está cansada de saber”, disse Marcelo Barros. “Não posso trair a confiança desta população agora só porque estamos em campanha eleitoral”, disse o vereador que declara que não pretende abandonar a campanha de André Puccinelli por causa de Artuzi.
Na sessão da Câmara Municipal na noite de segunda-feira, quando os vereadores retornaram do recesso, a adesão de Artuzi foi tema dos debates. Em projeto sobre doação de área para uma indústria que quer se instalar no município, Artuzi recebeu quatro votos contrários, um deles sendo do vereador Humberto Teixeira Junior, que também rompeu relações com prefeito.
Vista grossa
Opinião diferente tem os vereadores Sidlei Alves, Zezinho da Farmácia e Gino Ferreira. Sidlei candidato a deputado estadual pelo DEM acredita que a presença de Artuzi pode contribuir na campanha de Puccinelli por causa da inserção junto às camadas mais pobres da população.
O vereador Zezinho, presidente do diretório Municipal do PSDB, disse que Artuzi ainda é o prefeito de Dourados e como tal tem algum peso eleitoral. “Acredito que o apoio de Artuzi a nossa coligação, apesar da contrariedade de algumas pessoas, vai acabar ajudando”, disse o tucano.
Gino Ferreira (DEM) candidato a segunda suplência na chapa de Waldemir Moka (PMDB) ao Senado, também prefere dizer que o apoio de Artuzi é válido. “O apoio de um prefeito de uma cidade como Dourados só ajuda na campanha”, disse lembrando que Artuzi não foi condenado e ainda pode provar a inocência.
Sexta-Feira 13
No próximo dia 13 de agosto, uma sexta-feira, às 14h30 o prefeito Artuzi terá mais uma prova de fogo. Nesta data o prefeito mais os vereadores Humberto Teixeira Junior, Sidlei Alves e Edvaldo Moreira sentaram frente a frente com o juiz da Segunda Vara, José Carlos de Souza que deverá julgar ação impetrada pelo Ministério Público contra os quatro políticos acusados de improbidade administrativa.
Uma eventual condenação de Ari nesta ação é apontada por correligionários como a "gota-d'água" para os companheiros que estão, apesar de desconfortáveis e constrangidos, "engolindo" a reaproximação de Puccinelli com Artuzi por causa da campanha para o governo.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Dourados cobra do TJ punição aos envolvidos na Owari





Manifesto de movimentos sociais de Dourados cobra do TJ punição aos envolvidos na Owari
Nicanor Coelho, de Dourados

O CRDP (Comitê Regional de Defesa Popular) de Dourados divulgou nesta terça-feira um manifesto onde cobra do Tribunal de Justiça punição aos políticos, empresários e demais pessoas envolvidas na Operação Owari, investida policial ocorrida em junho do ano passado contra um esquema de fraude de licitações. Um dos implicado no caso, o prefeito Ari Artuzi, do PDT, foi denunciado pelo MPE (Ministério Público Estadual), ação que será examinado na quarta-feira pelo Tribunal de Justiça.

No documento intitulado “Manifesto pela ética no trato da coisa pública” o Comitê Popular afirma que “estaremos presenciando mais um desfecho do Poder Judiciário, a respeito da operação desencadeada no mês de julho de 2009 e que resultou na prisão de 42 pessoas, entre elas, representantes do poder público supostamente acusado em corrupção contra o patrimônio público, formação de quadrilha, e favorecimento”.

O coordenador do comitê o sindicalista Ronaldo Ferreira afirmou a sociedade está atenta ao processo sobre a Operação Owari que corre na Justiça e que espera que os culpados sejam punidos. No manifesto o CRDP afirma que o Poder Judiciário está repleto de provas suficientes para condenar os culpados.

“Aos juízes que entendem os princípios da Constituição Brasileira parabenizamos pela ética comportamental e dizemos que nos dos movimentos sociais, depositamos total confiança nestes que nos dão a esperança de nem tudo está perdido”, diz o Manifesto que está sendo distribuído pela cidade.

O Comitê de Defesa Popular é um fórum de entidades populares organizadas, entre elas, sindicatos, associações comunitárias, organizações não-governamentais, que “juntas unificam suas forças em defesa das causas comuns e por uma sociedade mais justa e democrática”. O documento lamenta “a indignação sobre a forma política com que alguns representantes eleitos pelo povo conduzem as administrações públicas em nosso País”.

“Governantes dão tapa na cara do cidadão de bem, governantes abusam do poder, governantes cometem atos de improbidades administrativas ignorando órgãos fiscalizadores e, pior, desafiam a Justiça nas suas prerrogativas”, acrescenta o manifesto que diz ainda: “resta para nos enfrentarmos esses tipos de governantes sem escrúpulos, somente a mobilização da sociedade e a interferência do Poder Judiciário de forma enérgica, como forma de combater este mar de lama, ou seja, falta de ética que tomam conta das nossas instituições políticas”.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Presidente do PDT suspeita que apoio eleitoral de Artuzi a Puccinelli seja “apenas jogo”

Presidente do PDT suspeita que apoio eleitoral de Artuzi a Puccinelli seja “apenas jogo”

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Valdelice Bonifácio
Alessandra de Souza


Presidente regional do PDT, o deputado federal Dagoberto Nogueira suspeita que o apoio declarado do prefeito de Dourados, segunda maior cidade do Estado, Ari Artuzi (PDT), ao governador André Puccinelli (PMDB) seja apenas jogo para evitar complicações com o governo do Estado. No fim de semana, Artuzi reuniu servidores públicos no Clube Harmonia para anunciar voto em Puccinelli e em candidatos da coligação adversária.
Dagoberto explica que ainda não conversou com Artuzi, portanto, não planeja qualquer atitude sobre o caso por enquanto. Ele deve procurar o prefeito de Dourados ainda nesta semana.
“Primeiro vou falar com ele e ver se tem alguma justificativa para tal decisão. Eu acho que ele pode estar fazendo o que muitos prefeitos estão fazendo para não criar complicações com o governo. Se não o André não dá nada para a cidade. Tem muito prefeito que declarou apoio ao governador, mas não está pedindo votos para ele”, afirma o deputado federal que concorre ao Senado na chapa de Zeca do PT.
O prefeito de Dourados não só declarou apoio a Puccinelli e candidatos da coligação do governador como mandou “gravar e filmar” para que não houvesse dúvida sobre sua escolha para as eleições deste ano.
Artuzi disse que vota em Ary Rigo (PSDB) para deputado estadual, Waldemir Moka (PMDB) para Senador e André Puccinelli (PMDB) para o Governo do Estado, todos da coligação "Amor, Trabalho e Fé" encabeçada pelo atual governador.
O prefeito não revelou para que deputado federal vai seu voto e muitos menos quem vai ser seu segundo candidato a senador mesmo estando ao lado do vice-governador Murilo Zauith (DEM) no evento que disputa o cargo na chapa de Puccinelli.
Depois da declaração de voto, Artuzi percorreu as principais ruas do município ao lado de Puccinelli que passou o sábado fazendo campanha na cidade.
Dagoberto cita que Puccinelli não fez um governo municipalista e por isso vive dificuldades para angariar apoio de prefeitos do interior do Estado. “Ele não ajudou os prefeitos, mas muitos falam que estão com ele se não as portas fecham de vez”, diz o deputado federal.
Se quiser o PDT tem mecanismos para punir filiados infieis que podem chegar a expulsão da legenda, mas o presidente regional do partido mantém a posição de não antecipar possíveis penalidades ao prefeito de Dourados. “Antes eu quero ouvi-lo”, disse.
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