domingo, 8 de agosto de 2010

Artuzi no palanque de Puccinelli já causa “mal-estar”

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Nicanor Coelho, de Dourados
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Depois que o prefeito Ari Artuzi (PDT) anunciou apoio à candidatura do governador André Puccinelli (PMDB) em reunião com servidores de Dourados no último sábado (31), começaram a aparecer os primeiros estragos na coligação “Amor, Trabalho e Fé”.

Já na segunda-feira, o vereador Marcelo Barros (DEM), candidato a deputado estadual, publicou nota à imprensa dizendo que não subiria no palanque de Puccinelli com a presença do prefeito.
O vereador Marcelo Barros candidato a deputado estadual pelo DEM ficou “azedo”, na noite do último sábado, por causa da presença do prefeito na inauguração do Comitê de André e se negou a subir na plataforma onde estavam os candidatos.
A presença de Artuzi como apoiador de Puccinelli em Dourados criou mal estar maior na quarta-feira, depois que o Tribunal de Justiça acatou a denúncia do Ministério Público Estadual por causa dos indícios de ligação entre o prefeito e a quadrilha que fraudava licitações e praticava outros crimes, investigados pela Operação Owari.
"Só malefícios"
O deputado federal Geraldo Resende (PMDB) disse que, “apesar de não se desprezar apoio em política, a presença de Artuzi só causará malefícios à campanha”. Resende disse que o bom índice de Puccinelli nas pesquisas em Dourados se deve a lideranças como ele, Marçal Filho, Zé Teixeira, Murilo Zauith entre outros que apóiam a candidatura peemedebista.
“O André precisa rever esta parceria”, disse Geraldo ao acrescentar que a decisão do Tribunal de Justiça só complica mais a vida do prefeito e o apoio poderá repercutir negativamente entre os eleitores.
"No mesmo palanque que Artuzi, não!"
Barros não aceita a presença de Artuzi na campanha de Puccinelli apesar de concordar que o governador não pode recusar nenhum tipo de apoio.
“Estou numa caminhada pela ética e moralidade na vida pública e não posso dividir o mesmo palanque com uma pessoa acusada de vários crimes e que pratica uma série de irregularidades na administração da nossa cidade”, disse Barros em nota publicada nos jornais de Dourados.
“Recuso-me a dividir com Artuzi o mesmo palanque pelas razões que a população já está cansada de saber”, disse Marcelo Barros. “Não posso trair a confiança desta população agora só porque estamos em campanha eleitoral”, disse o vereador que declara que não pretende abandonar a campanha de André Puccinelli por causa de Artuzi.
Na sessão da Câmara Municipal na noite de segunda-feira, quando os vereadores retornaram do recesso, a adesão de Artuzi foi tema dos debates. Em projeto sobre doação de área para uma indústria que quer se instalar no município, Artuzi recebeu quatro votos contrários, um deles sendo do vereador Humberto Teixeira Junior, que também rompeu relações com prefeito.
Vista grossa
Opinião diferente tem os vereadores Sidlei Alves, Zezinho da Farmácia e Gino Ferreira. Sidlei candidato a deputado estadual pelo DEM acredita que a presença de Artuzi pode contribuir na campanha de Puccinelli por causa da inserção junto às camadas mais pobres da população.
O vereador Zezinho, presidente do diretório Municipal do PSDB, disse que Artuzi ainda é o prefeito de Dourados e como tal tem algum peso eleitoral. “Acredito que o apoio de Artuzi a nossa coligação, apesar da contrariedade de algumas pessoas, vai acabar ajudando”, disse o tucano.
Gino Ferreira (DEM) candidato a segunda suplência na chapa de Waldemir Moka (PMDB) ao Senado, também prefere dizer que o apoio de Artuzi é válido. “O apoio de um prefeito de uma cidade como Dourados só ajuda na campanha”, disse lembrando que Artuzi não foi condenado e ainda pode provar a inocência.
Sexta-Feira 13
No próximo dia 13 de agosto, uma sexta-feira, às 14h30 o prefeito Artuzi terá mais uma prova de fogo. Nesta data o prefeito mais os vereadores Humberto Teixeira Junior, Sidlei Alves e Edvaldo Moreira sentaram frente a frente com o juiz da Segunda Vara, José Carlos de Souza que deverá julgar ação impetrada pelo Ministério Público contra os quatro políticos acusados de improbidade administrativa.
Uma eventual condenação de Ari nesta ação é apontada por correligionários como a "gota-d'água" para os companheiros que estão, apesar de desconfortáveis e constrangidos, "engolindo" a reaproximação de Puccinelli com Artuzi por causa da campanha para o governo.

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